Aumentar a produtividade da indústria aeronáutica é o mote por trás das tecnologias que a Akaer está desenvolvendo. Sediada em São José dos Campos (SP), a empresa se orgulha por ter se sagrado vencedora de três chamados para projetos conjuntos com instituições suecas. Mais do que isso, a companhia foi capaz de construir uma enorme rede de contatos, no Brasil e no país escandinavo, que supera mais de uma dezena de parceiros, todos trabalhando em sinergia no desenvolvimento de novas tecnologias.
Atualmente, são dois os projetos em andamento. O primeiro visa o desenvolvimento de um ferramental flexível para a aeronáutica. O desafio é enorme, já que tradicionalmente os equipamentos de montagem das aeronaves são fixados no solo, com total imobilidade.
“O ferramental que faz a asa direita não faz a asa esquerda”, exemplifica Joselito Henriques, Diretor de R&D and Innovation da Akaer. Segundo ele, a flexibilidade será capaz dereduzir o tempo de montagem, aumentando consideravelmente a produtividade. E não é só. O modelo atual faz com que o equipamento fique ocioso por muito tempo, ocupando um espaço precioso do ambiente industrial. O ferramental flexível acabaria com esse problema também.
Henriques salienta que o grande foco desse trabalho não se limita à fabricação da tecnologia em si. Para ele, estabelecer a competência de dominar o desenvolvimento do ferramental flexível no Brasil é fundamental, pois traz ao país um know how que poderá ser aplicado em várias outras situações. “Esse conhecimento nos permitirá até levar inputs às grandes companhias aeronáuticas para que desenvolvam seus produtos com base no uso desse ferramental”, explica.
O segundo projeto que a Akaer vem desenvolvendo é na área de manufatura aditiva, que envolve o uso de impressoras 3D. A ideia é que esses equipamentos sejam usados para a fabricação de peças estruturais de aviões, o que reduziria drasticamente tempo e custos no processo de produção. Entretanto, ainda não se sabe como tais peças desenvolvidas dessa maneira irão se comportar no dia a dia. É exatamente em uma metodologia segura para testes que a empresa brasileira vem atuando.
“Os trabalhos envolvem uma verdadeira constelação de atores”, conta Henriques. “É como se fosse uma ponte. De um lado temos a indústria com suas necessidades específicas, do outro a academia com as pesquisas. Nós atuamos no centro, fazendo a interligação entre ambos os lados e garantindo que todo o processo ocorra com a máxima sinergia”, diz.
A expectativa é de continuidade nos trabalhos. Em janeiro, representantes das empresas suecas visitaram o Brasil para a realização de um workshop de que durou uma semana. “A experiência consolidou a rede de networking”, diz Henriques.